sábado, 24 de julho de 2010

A bola pune, Muricy...

Muricy preferiu se arriscar no Fluminense do que na seleção.

No Brasil, todo jogador de futebol, profissional ou não, sonha em chegar à seleção brasileira. Naturalmente todo técnico brasileiro também. Porém Muricy Ramalho abriu mão desse sonho para permanecer no Fluminense.

Ele abriu mão de dirigir uma das seleções, senão a única, que tem 1001 opções de escalação, sempre mantendo o alto nível. Temos grandes estrelas que jogam nos grandes, médios e também pequenos clubes europeus e mais recentemente no oriente médio. Até mesmo com os escassos talentos que surgem no Brasileirão da para montar um time razoável, pelo menos competitivo.

Muricy preferiu prosseguir no Fluminense, depois de a diretoria, amparada sempre pelo forte patrocinador, ofereceu uma vantajosa renovação de seu contrato, que originalmente ia até dezembro. Há quem diga que essa renovação já estava para ser feita, com ou sem proposta da seleção. Mas acredito que esse assédio da CBF e a boa campanha no Brasileiro, alavancaram o acordo.

Resta saber se ele realmente fez a escolha certa a longo prazo. Pois todo mundo sabe o cargo de técnico do tricolor das Laranjeiras (assim como o de vários outros clubes brasileiros) é bem instável. Muricy poderia não resistir a uma série de maus resultados e voltar a dançar a dança do desempregado. Ele sofreria do seu próprio ditado: a bola as vezes pune.

Quem lucrou com isso foi Mano Menezes. De terceira opção, atrás de Felipão (que não quis voltar a seleção, por enquanto) e Muricy, o vitorioso técnico do Corinthians assume a seleção total possibilidade de sucesso, pois é bastante gabaritado.

Por enquanto é só!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Fúria de campeão!!!

Festa de campeã, depois de sempre bater na trave.


Depois de chegar em várias Copas do Mundo como favorito e decepcionar sua torcida sendo eliminado muitas vezes até na primeira fase, finalmente a Espanha, confirmando a aposta do polvo, entrou para o seleto grupo dos campeões. Seleto mesmo, daqueles que raramente aceitam novos membros. Já a Holanda, que pensou que finalmente ia soltar o grito de campeão, mais uma vez voltou a ser vice, tri vice, só não é o recordista porque a Alemanha tem um a mais.

A final foi disputada como toda final de Copa sempre é. O problema é que só uma equipe entrou disposta a jogar futebol e outra não. Enquanto a Espanha tentava fazer valer o seu futebol bonito e de toque de bola envolvente, a Holanda se preocupar em anular o adversário da pior das maneiras, na base da violência. E dessa forma ela foi punida, nem tanto pela arbitragem que deixou o time laranja bater a vontade, só expulsando um jogador na prorrogação quando não tinha mais como maneirar, já que ele tinha cartão amarelo e fez uma falta criminosa, daquelas que não tem como levar cartão.

Mesmo com boas chances de gol, dos dois lados, o jogo caminhava para um 0 a 0 chato, tal qual a final da Copa de 1994, decidida pelo nosso querido Baggio que isolou aquela bola na ultima cobrança de penalti. Porém Iniesta não deu mole ao azar com um gol histórico que o colocou no hall dos grandes jogadores da história da fúria, assim como outros notáveis do elenco como Puyol e Cassilas.

Nós brasileiros, que ficamos tão acostumados a ser campeões, de 1994 para cá, chegamos a três finais e ganhamos duas. Porém nas últimas duas edições, não passamos das quartas de final, não ficando nem entre os quatro melhores. Porém a próxima Copa, como todos estão carecas de saber, será aqui na nossa casa e não queremos outro resultado que não seja o título, para exorcizar de vez aquela história de "Maracanazzo". Para que isso aconteça, o futuro treinador da seleção terá que resgatar o estilo de jogo consagrado por nós e que, pelo menos nessa Copa, esteve do lado de Iniesta e cia, o do futebol arte.

Até mais!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

A voz do polvo é a voz de Deus...

Pelo visto vamos ter festa na Espanha, mas sem paella, por favor.


Faltam dois jogos para terminar essa edição da Copa do Mundo. O torneio, talvez por ter sido realizado na África,  teve diversas zebras. Quem poderia imaginar que a Itália, atual campeã, iria cair na primeira fase depois de perder para a Eslováquia e antes disso empatado com a Nova Zelândia? Já a atual vice eu já não esperava que fosse longe, porém foi pior do que eu pensava.

O medíocre desempenho dos "bleus" abriu espaço para o que pode ser a ressurreição de antigo gigante do futebol, o Uruguai. A celeste olímpica há anos não passava da fase de grupos e nas ultimas duas Copas, sequer se classificou. Porém na África eles conseguiram igualar um feito de 40 anos, ou seja, desde a Copa de 1970, de chegar até as semifinais. No entanto eles sucumbiram, assim como a seleção brasileira, ao poderio da laranja mecânica.

A Holanda não tem uma equipe tão vistosa quanto a do Carrossel da Copa de 1974, ou as gerações posteriores como as de Van Basten e Rijkaard nos anos 80 e a de Bergkamp e os irmãos De Boer. Mas essa geração realmente fez jus ao apelido, jogando um futebol mecânico, com cada jogador sendo um operário dentro de campo, cumprindo rigorosamente o que lhes é determinado. Exceto pelos expoentes da equipe: Robben e Sneijder, capazes de desequilibrar a partida a qualquer momento. Por isso são sérios candidatos ao prêmio de melhor jogador da Copa.

Para serem pela primeira vez campeões, os holandeses terão que vencer outra seleção ávida pelo título inédito. A Espanha, nas ultimas edições do mundial, sempre tem chegado como favorita e decepcionado. Dessa vez a Fúria foi mais longe do que nunca e vai disputar a sua primeira final. Essa geração que não conta mais com o talento de Raúl "Madrid" Gonzales, mas tem David Villa como seu sucessor natural. O artilheiro da Copa até o momento, com cinco gols, tem em sua retaguarda, jogadores excepcionais como Xavi, Iniesta e Xabi Alonso. Mesmo com todas essas credenciais, os espanhóis não tem empolgado muito nessa Copa, na segunda fase, venceu todos os seus adversários por 1 a 0, quase sempre com gol de Villa.

Porém no que depender do polvo Paul, fenômeno dessa Copa da África, a Espanha já pode comemorar o seu primeiro título mundial. Isso é claro se o Mick Jagger não resolver dar uma forcinha na torcida, a essa altura, nem uma das duas seleções quer o apoio do Rolling Stone mais pé frio da história das Copas.

Até a próxima!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Um jogo que poderia ter tido apenas um tempo!


Um dos muitos brasileiros que estão ganhando, ou pelo menos tentando ganhar, dinheiro depois da eliminação.

Há quem diga que o Brasil só jogou um tempo na última sexta-feira. Jogou bem e venceu por 1 a 0 da Holanda, com um lançamento primoroso de Felipe Melo para Robinho. Antes disso, outro gol do artilheiro santista foi corretamente invalidado por impedimento e quase no final, Maicon quase fez um gol a la Carlos Alberto Torres na final da Copa de 70, só faltou a bola entrar.

Dessa forma se esperava um segundo tempo matador, com a possibilidade de um goleada quem sabe. Mas não foi isso que vimos. O Brasil voltou a campo, mais tenso do que na primeira etapa e sem trazer consigo o futebol. Talvez ele tenha se enganado de vestiário e ido parar no lado dos holandeses. Se o time laranja praticamente não jogou na primeira metade da partida, jogou tudo e mais um pouco na segunda etapa, sobretudo explorando o nervosismo brasileiro, ora na bola, ora fazendo lamentavelmente um teatro, ao simularem faltas com catimba de deixar qualquer argentino com inveja.

Porém o que entristece o torcedor brasileiro é saber que se a seleção tivesse mantido a pegada, teria sem dúvidas se classificado para enfrentar o Uruguai nas semi-finais. E o grande vilão para esse descontrole não é o Felipe Melo (pelo menos não só ele) e sim o nervosismo. O time já entrou tenso, Robinho em menos de 5 minutos de jogo já queria brigar com um zagueiro holandês. A boa atuação e sobretudo o gol, maquiaram um pouco esse nervosismo.

Mas foi só as seleções mudarem de lado para tudo desmoronar, ainda mais depois do gol de empate, quando todo o time, do Julio César ao Luis Fabiano, se deixou abalar. Não era para tanto, com 1 a 1 era como se o jogo tivesse começado de novo, era só manter o nível do primeiro tempo. Mas pela forma como o gol foi sofrido, em uma falha coletiva dos já citados Julio César e Felipe Melo, talvez isso tenha aumentado ainda mais aquele nervosismo já existente.

Com o gol de Sneijder, que tem algo em torno de 1,75 de altura, de cabeça e dentro da área brasileira em meio aos nossos excelentes zagueiros, começou a desmoronar as chances de classificação, que ruiu de vez com a expulsão de Felipe Melo, que mostrou nessa Copa, definitivamente, que nunca deveria ter sido sequer convocado, espero que sirva de lição para o próximo treinador. O time virou um bando, partindo desesperadamente para o ataque, correndo o risco de levar mais gols, que felizmente não aconteceu, diminuindo assim a vergonha.

Já está ficando batida essa frase, mas é o único consolo no momento: 2014 é logo ali! E é mesmo, por enquanto resta escolher alguma seleção para torcer. Os botafoguenses já acolheram o Uruguai, por causa do Loco Abreu, mas eu devo torcer mesmo para a Holanda, por quem sempre eu tive simpatia, embora a melhor seleção até aqui no mundial seja a da Alemanha.

Por enquanto é só!

Até mais!