quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A onda azul!

Cuca: o grande responsável por essa nova onda.

Neste ano de eleições no Brasil, muito se falou da onda verde. Uma alusão ao Partido Verde, representado pelo candidato a governador do Rio Fernando Gabeira e pela candidata a Presidência da República, Marina Silva. Porém ambos não conseguiram ser eleitos. O que ninguém percebeu foi a onda azul, que veio de mansinho nesse Brasileirão e conseguiu chegar ao topo da tabela.

Depois de sequer chegar a final do campeonato mineiro, o Cruzeiro parecia que entraria no campeonato apenas para fazer figuração, lutando no máximo por uma vaga na Libertadores. E essa impressão se manteve nas primeiras rodadas, quando sistematicamente ganhava uma partida, empatava a outra e perdia em seguida. Para piorar, Kleber, a principal referência do ataque da equipe, pediu para ser negociado com o Palmeiras, time que nunca escondeu ser o do seu coração. Outro que também saiu foi o treinador Adilson Batista, bastante desgastado depois de anos no comando da raposa.

Com esse panorama nebuloso o Cruzeiro chegava ao período de pausa do Brasileirão, por causa da Copa do Mundo, repleto de incertezas. Porém esse panorama começou a mudar ainda antes da bola rolar na África do Sul, quando no dia 8 de junho quando Alexi Stival, mais conhecido pela alcunha de Cuca, foi anunciado como o novo treinador da equipe mineira.

E o novo comandante estreou com o pé direito, vencendo o Atlético-PR fora de casa por 2 a 0. Daí em diante foram mais 12 vitórias, seis empates e apenas três derrotas. Além da boa campanha, ajudou também os tropeços do Corinthians e do Fluminense, que dividiam as duas primeiras colocações desde o começo do campeonato. Com isso o Cruzeiro agora lidera com 54 pontos, dois a mais que o tricolor e cinco a mais que o Corinthians.

Faltando nove rodadas para o fim do Brasileiro, a raposa tem 52% de chances de conquistar seu bi-campeonato. Para isso tem que manter o ritmo da onda azul, para não morrer no mar.

A casa caiu no Corinthians

Fiel exige pelo menos o Brasileiro no centenário.

O tal aguardado ano do centenário do Corinthians parece que está indo para o telhado. Desde o fim do ano passado o clube se movimentava para montar um grande time, contratando jogadores de nome para ajudar Ronaldo e Dentinho a conquistar um dos poucos títulos que faltam no Parque São Jorge: a Libertadores da América.

Nomes como os dos meio-campistas Danilo (ex-São Paulo), Tcheco (ex-Grêmio), Iarley (ex-Goiás) e o mais badalado deles, o lateral esquerdo pentacampeão Roberto Carlos, que estava no Fenerbahce da Turquia deixaram o Corinthians com um ar galático, tal qual um Real Madrid tupiniquim. Porém a equipe demorou a se entrosar e sequer chegou a final do campeonato paulista, vencido pelo Santos de Ganso e Neymar.

O sonho da Libertadores foi por água abaixo com gols do Império do Amor. Adriano e Vagner Love ajudaram o Flamengo a eliminar os corintianos nas oitavas de final da competição. Passado o trauma pós-eliminação o campeonato brasileiro passou ser a principal obsessão.

Tudo parecia ir bem, o clube liderava a competição desde o começo, sendo seguido de perto pelo Fluminense, mesmo após a parada para a Copa, o Timão manteve o pique. A coisa começou a mudar quando Dunga foi demitido da Seleção Brasileira. Depois da recusa de Muricy Ramalho, a alta cúpula da CBF foi direto ao Parque São Jorge, atrás de Mano Menezes.

Ao contrário do colega tricolor, Mano não pensou duas vezes e aceitou o convite. Para substituir o treinador que levou o Timão de volta à elite, a diretoria investiu em Adilson Batista que estava sem clube desde que saiu do Cruzeiro. Ele estreou com um empate em 1 a 1 com o arquirrival Palmeiras, depois disso foram mais 16 partidas, com sete vitórias, três empates e três derrotas. Números que não seriam tão ruins assim se não fosse o fato de que nos últimos jogos o time não conseguiu vencer, foram duas derrotas e três empates, essa última diante do Atlético-GO, lanterna da competição.

E agora José? Ou melhor, e agora presidente Andrés Sanchez? Quem você irá escolher para apagar esse incêndio no Parque São Jorge? Joel Santana? Tite? Antonio Lopes? Leão? Seja quem for, terá de ser muito corajoso para aceitar esse desafio de vencer ou vencer o Brasileiro, porque caso contrário, terá de sentir toda a irá da fiel torcida corintiana.

sábado, 2 de outubro de 2010

Zico: Eterno ídolo injustiçado pela minoria

Zico sozinho não faz milagre


Ontem, no primeiro dia do mês de outubro, todo torcedor rubro-negro sentiu um misto de tristeza e indignação ao se depararem com a carta de despedida de Zico do Flamengo. O Galinho não aguentou a pressão que sofria dentro do próprio clube, capitaneada pelo presidente do Conselho Fiscal do clube, autodenominado "Capitão Léo".

Todo mundo que o Zico é simplesmente o maior ídolo da história do clube da Gávea, deu aos rubro-negros as maiores glórias possíveis a um time brasileiro: sete estaduais, quatro brasileiros e os mais importantes de todos, a Libertadores e o Mundial Interclubes. Ele também é o maior artilheiro da história do clube com 504 gols. Se o Flamengo tem hoje a maior torcida do Brasil, com mais de 35 milhões de apaixonados, grande parte é por causa do Zico. Uma geração viu o Galinho de Quintino brilhar intensamente no Maracanã, se não de corpo presente no estádio, pela TV ou pelas ondas do rádio. A geração posterior, infelizmente, só pôde vê-lo através de reprises e das histórias contatas sobre ele (eu sou um desses admiradores póstumos).

Agora como dirigente ele pode não ter tido a mesma maestria dos tempos em que comandava o meio-campo vermelho e preto com o número 10 nas costas. Cometeu alguns erros, como manter por tempo demais o técnico Rogério Lourenço e apostar em jogadores de talento dúvidoso (entenda-se Val Baiano). Porém a proposta de Zico quando assumiu o cargo, em uma emocionante apresentação no dia 1º de junho desse ano, ele estava disposto a reorganizar o futebol rubro-negro pela raíz. Começando justamente pelas categorias de base, para reforçar aquela velha máxima de que "craque o Flamengo faz em casa". Estava também nos planos o término das obras do CT do Ninho do Urubu.

Porém Zico acabou sendo conduzido a um outro caminho, assumindo de frente a gerência do plantel rubro-negro. Ele até tentou trazer o ex-jogador Emerson para exercer essa função, mas tal contratação nunca foi possível. Com o tempo as coisas foram piorando, surgiram acusações infundadas contra Zico e seus filhos, que teriam lucrado com venda de jogadores para o clube e mais recentemente a de que a parceria Flamengo/CFZ estaria terceirizando as categorias de base do clube. Vale lembrar que nenhuma dessas acusações tem provas para validar tais atos. Elas só serviram para magoar e desgastar o relacionamento do Galinho com o clube, levando ele a se desligar do cargo, alegando estar atrapalhando o Flamengo.

Sim, ele estava atrapalhando o Flamengo, não o Flamengo que todos nós amamos e sim o Flamengo sujo, dos jogos de poder de pessoas que não devem nem gostar de futebol, mas que gostam de dinheiro, isso sim. O responsável por todas essas desconfianças foi o já citado presidente do Conselho Fiscal do clube: Capitão Léo, ex-chefe da torcida Jovem-Fla, que tem passagens pela polícia e já foi ligado a nomes como Edmundo dos Santos Silva e Eduardo Viana, o “Caixa D’Água”. Como um cara desses pode se declarar rubro-negro? Lamentável.

A presidente rubro-negra Patrícia Amorim perdeu um grande aliado e dificilmente conseguirá mudar alguma coisa. Não foi só o Flamengo que perdeu com a saída de Zico, o futebol carioca em geral perdeu mais uma grande oportunidade de se livrar da velha sujeira e voltar a ser referência (se é que já foi um dia).

Creio que o sonho ficou mais distante, mas não impossível. Fica a lição de que para se reestruturar o Flamengo terá que não só mudar um ou dois nomes, pois como diz o já batido ditado: uma andorinha só não faz verão, e sim tirar a corja inteira de abutres que rondam a tempos a Gávea. Sonho ver no futuro o Zico de volta como presidente e o Leonardo como gerente de futebol e com eles os verdadeiros rubro-negros, como Junior, Andrade, Adílio, entre outros que sempre honraram o verdadeiro Flamengo.