domingo, 4 de dezembro de 2011

Futebol perde um de seus filósofos, adeus Sócrates

Valeu, Sócrates.


O futebol brasileiro amanheceu órfão de um grande craque. No fim da madrugada, começo da manhã desde dia 4 de dezembro de 2011, dia da última e decisiva rodada do Brasileirão, faleceu em São Paulo, decorrente de uma infecção intestinal Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, ou simplesmente Magrão. 

 Na última quinta-feira, ele, a mulher e um amigo almoçaram em hotel em São Paulo depois que ele participou de um evento sobre a Memória Olímpica brasileira. Ele e o amigo tiveram desarranjo intestinal, no caso dele, ainda fragilizado por causa da hemorragia digestiva alta causada por uma hipertensão portal. 

 Sócrates foi revelado pelo Botafogo de Ribeirão Preto em 1978, nessa época ele conciliava a carreira de jogador de futebol com os estudos em Medicina na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP), isso lhe rendeu mais tarde ao meia atacante a alcunha de Doutor. 

Mas foi no Corinhians que ele se destacou tanto dentro de campo como fora. Ele foi um dos idealizadores da chamada Democracia Corinthiana, o maior movimento ideológico da história do futebol brasileiro. Nesse período da história do clube, as decisões importantes, tais como contratações, regras da concentração, entre outros, eram decididas pelo voto, sendo assim uma forma de autogestão. Também foi um grande militante da campanha pelas "Diretas Já". 

 Depois de jogar uma temporada no Fiorentina da Itália (1984/85), Sócrates voltou ao futebol brasileiro para jogar no Flamengo, de 85 até 87 e depois no Santos de 87 até 89. Neste mesmo ano voltou para o Botafogo de Ribeirão Preto onde encerrou a carreira. Em 2004 ele ainda atuou por uma partida apenas no Garfoth Town, time da oitava divisão da Inglaterra, atendendo a um convite de um amigo. Pela seleção, fez parte daquela grande equipe que disputou a Copa do Mundo de 1982, que contava ainda com nomes de peso como Zico, Junior e Falcão, mas que foi eliminada injustamente nas semi-finais. Ele também jogou a Copa do Mundo de 1986, onde jogando fora de forma, perdeu um pênalti nas quartas de final contra a França. 

 Agora o Magrão sai da vida para integrar a enorme constelação de craques que estão lá no céu, sem dúvidas formará um ótimo ataque com Garinha, Didi e Geraldo, Puskas, entre outros. Enquanto isso o futebol brasileiro fica carente de um grande homem, não só com a bola, mas também com a cabeça.

   

 Vai com Deus, Doutor!

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